Já pouca gente se lembra como se faz uma vaquinha, ou melhor, como se fazia uma vaquinha, pois hoje ela é feita através da Internet, nos moldes mais ou menos parecidos com as antigas, feitas entre os amigos da rua, os colegas da escola ou do trabalho, a família. Pois então vamos rememorar:
Quem dá alguma coisa para a vaquinha, há que dizer o que está dando, atribuindo a importância da sua oferta: “Eu só posso dar pouco, dou um pé!” ou “Eu posso dar muito e vou dar um pé, pois pra mim é uma das partes mais importantes. E eu adoro um caldo de mocotó!” Mais: “Eu sou pobrezinho, vou dar um chifre.” “Eu sou milionário e vou dar um chifre, pois sei muito bem o quanto ele custa caro!”
Dê o que você quiser e atribua-lhe o valor que achar conveniente e lembre-se de que muitas coisas compõem a vaquinha. Há quem dê o mugido, o coice... já soube de gente que deu a tristeza da vaca, que sem ela não haveria ruminantes.
É bom não se esquecer que há a vaquinha e o seu universo. Por isso pode-se dar também a madeira para o curral, o feno, o sal... Ah, e as partes internas também. O fígado, as tripas, o coração...
O problema antigamente, para se completar a vaquinha, era que ninguém queria dar o rabo que ficava sempre por último e a pessoa infortunada era gozada por bom tempo. Hoje - "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades..." - parece que será a parte mais cotada.
Pois seja à antiga ou à moderna, vamos ver quem vai dar o rabo!
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