segunda-feira, 2 de maio de 2016

2 de maio de 2016


Acima um Quarteto (preciso frisar que nem sempre um texto de quatro versos pode ser chamado de Quarteto. Se tiver até seis sílabas é uma Quadra. A partir de oito sílabas é que é um Quarteto. Sete sílabas é o formato de uma Trova Clássica, portanto nem é Quadra nem Quarteto) tecido em versos Alexandrinos (para relembrar, um Alexandrino é composto de doze sílabas poéticas, contudo é dividido em dois hemistíquios de seis tônicas. Esses hemistíquios precisam ter sentido completo). 

Vejamos: 

E Leonardo deu vinte, oh, deu tantas ideias. 

Primeiro hemistíquio: “E Leonardo deu vinte”; Segundo Hemistíquio: “Oh, deu tantas ideias”. 

É aqui que entra a famigerada Elisão (supressão de letras numa palavra ou de uma expressão). 

E/ Leo/nar/do/ deu/ vin/te,- oh,/ deu/ tan/tas/ i/dei/as. 

Enquanto as barrinhas separam as sílabas poéticas, o tracinho (hífen) faz a Elisão, ou seja, mostra a junção das duas sílabas em uma só. Basicamente, você faz a Elisão obedecendo a separação silábica feita oralmente. O dilema é que algumas elisões podem variar conforme a região. Por exemplo: Em Portugal normal não rima com mau, pois o “l” de normal quase não é pronunciado como o fazemos no Brasil. Então até poderíamos dizer que ambas as palavras rimam apenas por assonância, isto é, por semelhança fonética. Dessa forma o próprio substantivo Portugal, lá, não rima com mau, qual rimamos no Brasil. O português pronuncia o “l” dando uma pausa na língua colando-a ao palato, enquanto ao pronunciar “mau” nem há o uso da língua para auxiliar na pronúncia. 

Obviamente essa uma informação que foge do tema Elisão, mas da uma ideia de diferenças no regionalismo. 

Então: “que/ nos/ di/as/ de/ ho/je- ain/da/ tem/ uns/ pro/je/tos” 

Repare que “ainda” está sendo Escandida (Escansão é a forma de separar ou contar sílabas poéticas) da seguinte forma: “ain/da”, mas haverá quem faça a Escansão assim: “a/in/da”. 

Qual o certo? Não há certo! Depende da região do poeta. O leitor precisará levar isso em conta. Portanto não dá para analisar um poema envolto em métrica sem levar esses detalhes em consideração. 

Viche! Tenho que mencionar que Leonardo Da Vinci, engenheiro e artista renascentista italiano, morreu aos 67 anos, no dia 2 de maio de 1519. O autor de obras famosas, como Última Ceia, Virgem dos Rochedos e Mona Lisa , deixou centenas de ideias e estudos científicos escondidos em cadernos de anotações.

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